RELAÇÃO ENTRE A QUALIDADE HÍDRICA SUPERFICIAL E A DINÂMICA DA PAISAGEM EM QUATRO SUB-BACIAS HIDROGRÁFICAS COM ALTA DENSIDADE DEMOGRÁFICA NA REGIÃO SUDESTE DO BRASIL.
RESUMO: A deterioração dos corpos hídricos tem se tornado um problema cada vez mais preocupante a medida que as atividades antrópicas causam mudanças significativas nas propriedades físicoquímicas da água e uma série de problemas ambientais e à saúde humana. Entretanto, a proteção da qualidade hídrica ainda é uma tarefa desafiadora para a humanidade, isso porquê, a integridade dos recursos hídricos está associada, de maneira complexa, a uma série de fatores naturais e antrópicos e às interações existentes entre eles. Várias pesquisas têm sido realizadas nos últimos anos mostrando indícios de que a estrutura da paisagem tem significativa relação com a qualidade hídrica dos corpos hídricos superficiais. Portanto, entender a interação existente entre a estrutura da paisagem de uma bacia hidrográfica e a qualidade hídrica de seus elementos hídricos superficiais é de suma importância para o gerenciamento de bacias hidrográficas. Assim, esta pesquisa objetivou analisar a relação da dinâmica do uso e cobertura da terra e das métricas da paisagem com os parâmetros físicos, químicos e microbiológicos da água, em quatro sub-bacias hidrográficas, localizadas na Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI) dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ). Inicialmente foram analisados os parâmetros físicos, químicos e microbiológicos da água superficial, identificando as variações ocorridas no período selecionado (2011-2014-2017), essa análise permitiu constatar que a qualidade hídrica da área de estudo sofreu variações significativas no ano de 2014 e que sua deterioração teve relação com os dados pluviométricos. Em seguida realizou-se a análise da dinâmica do uso e cobertura da terra e a análise da configuração da paisagem, apontando a importância da análise conjunta entre esses dois fatores para compreensão da estrutura da paisagem e de suas relações com outros fatores ambientais como, por exemplo, a qualidade hídrica. Por fim, foi realizada uma análise estatística para averiguar a relação existente entre a estrutura da paisagem e os parâmetros da qualidade hídrica, utilizando-se da Análise de Redundância (RDA). A RDA é usada para analisar as principais causas da variação de dados, expondo a correlação entre a resposta e suas variáveis explicativas. Com base em seus resultados concluiu-se que a classe de uso e cobertura da terra “áreas urbanizadas” foi a mais relevante e explicativa para degradação da qualidade hídrica superficial da área de estudo e as classes “áreas de vegetação natural” e “águas continentais” foram as mais relacionadas com os parâmetros pH e nitrogênio nitrato. Para entender essa relação tornou-se primordial a análise da configuração da paisagem e das variações sazonais. Dessa forma, identificou-se que as métricas IJI, CONTAG e LPI foram fundamentais para compreender as respostas encontradas. Essas respostas mostraram deficiência na gestão das bacias hidrográfica e que uma série de ações precisam ser implementadas para que os tomadores de decisão façam ser cumprida a legislação ambiental, mantendo a preservação dos grandes remanescentes florestais e a conservação das áreas de preservação permanente. Destacando-se a necessidade da análise e gestão integrada e continuada dos recursos hídricos, para que o planejamento e as respostas às situações críticas e adversas possam ser adequadas e eficientes.
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